segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Aumenta procura por alimentos orgânicos em Vilhena

Por Luciano Carvalho
Fotos: Luciano Carvalho e Willian Tonial

Os vegetarianos estão entre os que mais procuram devido a mudança de hábito por uma alimentação saudável

A agricultura de base ecológica cresceu muito nos últimos anos, de acordo com o último censo do IBGE, 2006. Existem mais de 90 mil produtores orgânicos no país. Percebe-se a mudança de hábito da população e a preocupação dos agricultores com esse segmento. Com a procura por uma vida saudável e com a mudança de hábito a população vem preferindo produtos sustentáveis.  Essa é a proposta da agricultura orgânica, que busca garantir saúde do corpo, e da sociedade, de forma sustentável e natural.

O engenheiro agrônomo, Gustavo Nóbrega Lisboa, diz que a agricultura orgânica é “limpa”, pois cultiva os alimentos sem o uso de agrotóxicos, adubos químicos e outras substâncias tóxicas e sintéticas. Assim, evitando a contaminação dos alimentos e do meio ambiente. Demonstrando a preocupação com diversos fatores, entre eles a preservação de recursos naturais para um desenvolvimento sustentável e a valorização do trabalhador rural.

No processo da agricultura de base ecológica, o questionamento é sobre repensar o papel da agricultura na nossa sociedade, e adaptar as técnicas para a produção de orgânicos. 

Uma grande parcela de consumidores dos produtos orgânicos são os vegetarianos, pessoas que por inúmeras razões param de consumir produtos de origem animal em sua alimentação. Um exemplo da prática é Gisele Silva vegetariana há dez anos e utiliza orgânicos em sua alimentação sempre que encontra. Isso porque o acesso à esses produtos ainda são difíceis em Vilhena, mesmo os pequenos produtores ainda utilizam agrotóxicos em suas plantações e acabamos procurando pessoas conhecidas ou criando uma rede de contatos que sejam livres de agrotóxicos na plantação. Uma forma que Gisele conseguiu abastecer sua casa com produtos orgânicos foi à construção de um canteiro para plantar hortaliças.

Para ela, parar de comer carne foi uma opção por respeitar os animais e acreditar que eles não são alimento.

Gisele Silva explica que os dois filhos alimentam-se de vegetais desde o ventre
Foto: Willian Tonial


 A questão da saúde ficou em segundo plano por tornar-se vegetariana, sua filosofia de vida ia contra a de que animais são alimentos, “nunca fui de comer carne e acabou tornando-se algo que não fazia falta na minha vida, eu me preocupava muito mais em pensar estar acabando com uma vida para me alimentar do que ter benefícios em minha saúde”.

“Nós optamos por comprar coisas mais caseiras, é engraçado que as pessoas que possuem os mesmos hábitos que nós se aproximam, inclusive tem um senhor que nós compramos banana e mamão que possui uma produção caseira, e nós confiamos mais. Assim, consumimos o mínimo de produtos industrializados”, afirma Gisele.

Com o aumento do consumo desses alimentos mais saudáveis, as pessoas passam a trocar informações para encontrar produtos que têm uma preocupação com a qualidade na  produção.

Gustavo Nóbrega Lisbôa, é contra o uso de agrotóxicos e vê na agricultura de base ecológica uma saída para uma vida saudável. Ele explica que para produzir alimentos sem o uso de agrotóxicos “tem toda uma técnica pra funcionar, não é nada complicado, mas não adianta você fazer como sempre fez de forma convencional e só parar de por o veneno”.  


Na agricultura de base ecológica é preciso fortalecer a planta para que ela produza substancias que repelem os insetos. A planta precisa ficar mais forte e é preciso fazer adubação e manejar o solo. “Na agricultura convencional o solo é tratado como mais um componente da agricultura, a planta possui mais importância do que o solo, e na agricultura de base ecológica o solo possui mais importância, pois vai ser ele que vai garantir a planta”.

História - A agricultura de base ecológica possui referencias nas lavouras do império Inca, uma das técnicas utiliza nos canteiros referencias no sistema de terraços andinos.

Os canteiros são de formatos e tamanhos diferentes para que quando chova os nutrientes do solo não sejam levados com a água e ocorra uma perda mínima.
Foto: Luciano Carvalho

Gustavo Nóbrega Lisbôa explica que na agricultura ecológica não é aconselhável plantar monoculturas, é preciso que exista uma diversidade de culturas. A rotação de culturas e o uso de plantas repelentes no meio das hortas é uma solução para prevenção e combate de pragas. Plantas repelentes são aquelas que possuem o cheiro forte como arruda, cebola, alho. hortelã, manjericão, orégano etc.

A plantação do engenheiro agrônomo com suas plantas repelentes
Foto: Luciano Carvalho
O agrônomo cultiva alimentos para manter a saúde de sua família, e acredita que o uso de alimentos orgânicos só pode trazer benefícios e qualidade de vida para as pessoas.


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